Monster of Rock: Uma Jornada de 30 Anos pelo Heavy Metal
Monsters of Rock, 30 anos e Heavy Metal, essas palavras ressoam na alma dos fãs de riffs pesados e shows inesquecíveis.
Desde sua criação em 1980, o festival se tornou um marco global, unindo gerações de headbangers em celebrações épicas. No Brasil, o festival estreou em 1994, o evento deixou um legado de momentos históricos, desde o Pacaembu lotado até o Allianz Parque vibrando.
Quer saber sobre a origem, a expansão e o impacto do festival, com destaque para suas oito edições brasileiras e a comemoração de três décadas em 2025?
Leia até o final, e prepare-se para uma viagem pelos solos de guitarra, vocais poderosos e a energia única de um dos maiores festivais de metal do mundo.
A Origem de Monstros do Rock: Donington Park, 1980
Um Sonho que Virou Lenda
Em 16 de agosto de 1980, o autódromo de Donington Park, na Inglaterra, recebeu o primeiro Monsters of Rock.
Idealizado pelos promotores Paul Loasby e Maurice Jones, o evento nasceu com a proposta ousada de reunir as maiores bandas de hard rock e heavy metal em um único dia. O local, com seu terreno inclinado e de fácil acesso, era perfeito para abrigar milhares de fãs.
Essa primeira edição contou com a participação da banda Rainbow como headliner, passaram por lá também Judas Priest, Scorpions, Saxon, Riot, April Wine e Touch, atraindo um público de cerca de 35 mil pessoas.
O Início de uma Revolução Musical
O foi idealizado para ser um evento único ganhou vida própria.
O sucesso inegável da edição de 1980 transformou o festival em uma tradição anual, com Donington Park como seu templo sagrado. Bandas como AC/DC, Whitesnake e Iron Maiden passaram a encabeçar o line-up, enquanto o público crescia exponencialmente.
Em 1988, o evento atingiu seu ápice com 107 mil espectadores, mas também causou uma tragédia: dois fãs morreram durante o show do Guns N’ Roses devido a uma tempestade e superlotação. O incidente levou a um hiato em 1989 e mudanças rigorosas de segurança.

A Expansão Global: Monster of Rock Pelo Mundo
De Donington aos Quatro Cantos do Planeta
A partir de 1983, o Monsters of Rock cruzou fronteiras, levando sua energia para países como Alemanha, Suécia, Itália, Espanha e Estados Unidos.
Cada edição foi adaptada à cultura local, mas mantinha o espírito do heavy metal. Na Alemanha, o festival tornou-se um ponto de encontro anual para fãs europeus, enquanto na América do Sul, países como Argentina, Chile e Brasil abraçaram o evento com fervor.
Um Marco na História: Moscou, 1991
Um dos momentos mais emblemáticos na história do Monster os Rock ocorreu em 28 de setembro de 1991, em Moscou, na ex-União Soviética. Com o fim da Cortina de Ferro, o Monsters of Rock chegou ao Aeródromo de Tushino, reunindo cerca de 1,6 milhão de pessoas, um dos maiores públicos da história da música.
Bandas como AC/DC, Metallica, Pantera e The Black Crowes fizeram do evento um símbolo de liberdade e união. O show foi eternizado no documentário For They About to Rock: Monsters in Moscow.
Desafios e Transformações
Nos anos 1990, o festival teve altos e baixos.
No Reino Unido, o berço do Monsters, as edições foram canceladas em 1993, por falta de um headliner e 1997, por dificuldade em atrair grandes nomes.
Em 1995, o Metallica assumiu o controle, renomeando o evento como “Escape from the Studio”. A última edição em Donington ocorreu em 2006, com Deep Purple no comando e tendo Alice Cooper como convidado especial
Desde então, o Download Festival recebeu o legado deixado pelo Monsters, mas o nome Monsters of Rock continua vivo em outros países.

Monsters of Rock no Brasil: Uma História de 30 Anos de Heavy Metal
1994: A Estreia Explosiva no Pacaembu
O Monsters of Rock desembarcou no Brasil em 27 de agosto de 1994, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo, com o nome oficial de Phillips Monster of Rock. A primeira edição trouxe Kiss, Slayer, Black Sabbath, Suicidal Tendencies, Viper, Raimundos, Angra e Dr. Sin , reunindo cerca de 35 mil fãs.
O Festival foi considerado um marco histórico, o Brasil, até então carente de grandes festivais temáticos, viu o Pacaembu vibrar com barricadas Mojo (uma inovação de segurança) e uma área VIP estilizada como uma favela brasileira.
Curiosidades da Edição
- O Kiss não tocou “Rock and Roll All Nite”, surpreendendo os fãs.
- O Slayer estreou no país, consolidando sua base de fãs brasileiros.
- A MTV Brasil transmite o evento ao vivo, ampliando seu alcance.
1995: O Festival da Paz
Em 2 de setembro de 1995, o Pacaembu recebeu a segunda edição do evento, marcada pela ausência de incidentes violentos, o que lhe rendeu o apelido de “festival da paz”. O line up incluía Ozzy Osbourne, Alice Cooper, Faith No More, Megadeth, Therapy?, Paradise Lost , Virna Lisi, Clawfinger e Rata Blanca.
A organização investiu em tecnologia, lançando a primeira homepage de um festival no Brasil, com vídeos, chats e conteúdos exclusivos.
Inovações Tecnológicas
- A homepage custou US$ 35 mil, um feito para a época.
- Fãs interagiram online, algo raro em 1995.
1996: Iron Maiden e Skid Row no Comando
No dia 24 de agosto de 1996, o Pacaembu lotou novamente para ver Iron Maiden, Skid Row, Motörhead, Biohazard , Raimundos, Helloween , King Diamond, Mercyful Fate e Héroes del Silencio.
Foi o último show do Skid Row com Sebastian Bach por anos, e uma edição reduzida no Rio de Janeiro (no Metropolitan) levou Iron Maiden, Skid Row e Motörhead à cidade.
Destaques
- O Iron Maiden entregou um show alternativo, reforçando seu status de megabanda no Brasil.
- A edição carioca foi um teste para expandir o festival, mas foi São Paulo que se consolidou como cidade fã do Heavy Metal.
1998: Uma Nova Casa no Ibirapuera
Em 26 de setembro de 1998, o Monsters of Rock mudou para a Pista de Atletismo do Ibirapuera, com Slayer, Megadeth, Manowar, Dream Theater , Saxon , Savatage , Glenn Hughes, Korzus e Dorsal Atlântica.
O evento teve público menor, mas foi marcante: o Slayer assumiu o posto de headliner após tentativas frustradas de trazer Judas Priest e Van Halen.
Momentos Memoráveis
- O show do Manowar foi gravado para o DVD Hell on Earth Part II.
- Bandas brasileiras como Korzus ganharam destaque no festival.
2013: O Retorno Após 15 Anos
Após um hiato de 15 anos, o festival voltou em 19 e 20 de outubro de 2013, já sem a marca Phillips no nome, e teve lugar na Arena Anhembi, com dois dias e dois palcos.
O line-up mesclou metal clássico e moderno: Aerosmith, Whitesnake, Slipknot, Korn, Limp Bizkit, Killswitch Engage, Hatebreed, Gojira, Ratt, Buckcherry, Queensrÿche, Dokken, Project46 e Dr. Sin.
Cerca de 80 mil pessoas compareceram, mostrando que o Brasil ainda amava o Monsters e estava com saudades do evento.
Impacto
- A volta marcou uma nova fase, com produção mais robusta.
- Bandas de nu-metal, como Slipknot, atraíram um público mais jovem, além dos fãs antigos do estilo clássico.
2015: A Edição dos Gigantes
Nos dias 25 e 26 de abril de 2015, a Arena Anhembi sediou aquela que muitos acreditam ser a melhor edição brasileira. Com Ozzy Osbourne, Judas Priest, Kiss, Yngwie Malmsteen, Manowar, Steel Panther , Unisonic , Accept , La Tierra, Primal Fear, Coal Chamber, Rival Sons, Black Veil Brides e Sepultura, o evento reuniu 80 mil fãs.
O Motörhead cancelou sua participação devido à saúde de Lemmy Kilmister, mas uma jam com o Sepultura salvou a noite.
Fatos Marcantes
- Judas Priest tocou nos dois dias, algo inédito.
- A ausência do Motörhead foi sentida, mas o show improvisado emocionou os fãs presentes.
2023: O Adeus do Kiss
Em 22 de abril de 2023, o Allianz Parque recebeu o festival com Kiss, Scorpions, Deep Purple, Helloween, Candlemass, Symphony X e Doro.
Foi o último show do Kiss no Brasil, encerrando sua trajetória no país com chave de ouro. O Saxon foi substituído pelo Candlemass devido a problemas de saúde do guitarrista Paul Quinn, o que impediu a banda de viajar para cumprir a agenda de shows
A edição de 2023 também esteve em Manaus, na Arena Amazonia, em 12 de abril, com a apresentação das bandas Kiss, Scorpions e Sepultura.
Emoção e Nostalgia
- O público cantou junto com o Kiss, sabendo que era uma despedida.
- Deep Purple e Scorpions reforçaram o peso das lendas. (E na minha opinião o Scorpions fez o melhor show dessa edição)
2025: Comemorando 30 Anos de Heavy Metal
A oitava edição, marcada para 19 de abril de 2025 no Allianz Parque, promete ser a maior da história brasileira.
Com Scorpions, Judas Priest, Europe, Savatage, Queensrÿche, Opeth e Stratovarius, o evento comemora 30 anos de Monsters of Rock no Brasil.
Serão mais de 12 horas de shows, com o retorno do Savatage após uma década e o evento contará com uma produção grandiosa.
O Que Esperar
- Destaques: O Judas Priest retorna como headliner, enquanto o Opeth traz um toque progressivo.
- Legado: A edição reforça São Paulo como capital do metal na América do Sul.
O Impacto Cultural do Monsters of Rock
Um Festival Além da Música
O Monsters of Rock não é apenas um evento musical; é um movimento cultural.
No Brasil, ele abriu portas para bandas internacionais e fortaleceu a cena local, com nomes como Angra, Viper, Sepultura e Korzus ganhando visibilidade.
As inovações trazidas, como barricadas de segurança e interatividade digital em 1995, mudaram o padrão dos festivais no país.
Curiosidades e Recordes
Bandas Frequentes
- Megadeth, Slayer, Raimundos, Helloween, Kiss participaram de duas edições.
- Judas Priest e Scorpions farão a segunda participação no Monsters neste ano de 2025.
- O baterista Jimmy DeGrasso esteve em três edições (1994, 1995, 1998), com diferentes bandas.
Público
- As edições brasileiras atraíram cerca de 700 mil pessoas, somando todas as edições do evento, até 2023.
- A edição de 2013 marcou o maior público em um único evento, com 80 mil pessoas.
Cancelamentos
- Uma edição planejada para 1997, com Whitesnake, Judas Priest e Dio , foi cancelada por falta de patrocínio.
O Futuro do Monsters of Rock
Por que o Festival Ainda Importa?
Após 30 anos, o Monsters of Rock continua relevante por sua capacidade de unir gerações.
Enquanto lendas como Scorpions e Judas Priest mantêm o espírito clássico, bandas como Opeth trazem outras sonoridades.
No Brasil, o festival transformou São Paulo em um destino obrigatório para o heavy metal, rivalizando com grandes centros europeus.
O Que Vem Depois de 2025?
A inclusão de bandas contemporâneas sugere que o Monsters quer atrair novos fãs sem perder sua essência. Seja com riffs clássicos ou experimentações modernas, o festival prova que o heavy metal é mais vivo do que nunca.
Uma Celebração Eterna do Heavy Metal
O Monsters of Rock é mais do que um festival; é uma paixão compartilhada por milhões de fãs do estilo. Durante 30 anos, ele sobreviveu a tragédias, cancelamentos e mudanças de cenário, sempre renascendo mais forte.
No Brasil, suas oito edições marcaram época, do Pacaembu ao Allianz Parque, trazendo bandas icônicas e momentos que ecoam nos corações dos fãs.
Em 2025, enquanto Scorpions e Judas Priest sobem ao palco, o legado dos Monsters será celebrado com a mesma energia de 1980.
E você, já foi no Monster of Rock? Conte aqui embaixo qual edição te marcou!
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