O ano de 2025 já chegou, e com ele uma sensação de que o mundo está acelerando em cada vez mais, com situações que nem sempre compreendemos.
Vivemos em uma era de hiperconectividade, onde as telas brilham em nossas mãos 24 horas por dia, e as relações humanas parecem oscilantes entre o superficial e o profundamente assustador.
Três obras essenciais nos ajudam a decifrar esse momento: Geração Ansiosa, de Jonathan Haidt, Nascidos em Tempos Líquidos, com as principais ideias de Zygmunt Bauman, e Sociedade do Cansaço, de Byung-Chul Han. Esses livros não apenas analisam os desafios da atualidade, mas também oferecem lentes para enxergar como ansiedade, fluidez e exaustão moldam nossas vidas na era digital.
Por que 2025 é o Ano da Reflexão?
Estamos em um ponto de inflexão. A tecnologia avança em ritmo exponencial, e as promessas de conexão global se misturam a uma sensação crescente de isolamento.
Esses três livros surgem como guias para navegar esse paradoxo que se apresenta em 2025. Eles não oferecem respostas prontas, mas nos convidam a questionar: como chegamos aqui? E, mais importante, para onde estamos indo?
Vamos explorar cada obra e suas conexões com o cenário atual.
O Contexto da Hiperconectividade
Antes de mergulharmos nos livros, vale a pena entender o pano de fundo.
A internet, que já era um espaço de possibilidades, tornou-se um campo minado de notificações, comparações e demandas incessantes. Em 2025, a inteligência artificial estará mais integrada às nossas vidas, os algoritmos ditam o que vemos, e o tempo offline é quase um luxo.
Esse é o terreno fértil para as especificações descritas por Haidt, Bauman e Han.
Geração Ansiosa: Uma Crise Mental na Era Digital
Jonathan Haidt, em “Geração Ansiosa”, aponta uma epidemia silenciosa que se intensificará em 2025: o aumento exponencial da ansiedade entre jovens. Ele argumenta que a combinação de smartphones, redes sociais e uma cultura de superproteção criou uma geração vulnerável como nunca antes vista.
O Impacto das Telas
Jonathan Haidt, em “Geração Ansiosa”, explora de maneira minuciosa como o uso contínuo e precoce de dispositivos digitais tem remodelado os circuitos neurais das mentes jovens, alterando profundamente sua forma de pensar, sentir e interagir. Em 2025, essa alteração se manifesta de maneira ainda mais evidente: adolescentes passam horas imersos em mundos virtuais, trocando mensagens com avatares digitais em jogos ou redes sociais, enquanto o contato físico com amigos reais se torna uma raridade em suas rotinas.
Essa mudança drástica não é apenas uma questão de preferência, ela tem consequências palpáveis. O resultado é um aumento alarmante de transtornos como ansiedade e depressão, que se espalham como uma epidemia silenciosa entre as gerações conectadas da era digital.
Haidt fundamenta essa análise com estudos robustos incluídos no livro, que traçam uma linha clara entre a popularização dos smartphones, a partir de 2010, e o salto nas taxas de problemas de saúde mental. Desde que esses dispositivos se tornaram companheiros constantes, carregados nos bolsos, consultados a cada instante, os indicadores de bem-estar emocional despencaram, revelando uma crise que, em 2025, atingirá seu ápice com uma juventude cada vez mais sobrecarregada e desconectada do mundo tangível.
Números que assustam
Um dado impressionante é que, nos Estados Unidos, a taxa de suicídio entre adolescentes cresceu quase 60% entre 2007 e 2019, e a tendência não desacelerou.
Em 2025, com a pandemia como memória recente e a pressão das redes sociais em alta, esse quadro se agrava. Haidt sugere que o excesso de exposição a telas rouba o tempo de sono, brincadeiras ao ar livre e interações cara a cara, fundamentais para o desenvolvimento emocional das crianças e adolescentes.
Soluções Possíveis
Haidt não apenas diagnostica o problema, mas propõe caminhos. Ele defende limites de tempo de tela, incentivos às atividades offline e uma mudança cultural para que os pais permitam mais autonomia aos filhos.
Em 2025, essas ideias parecem mais urgentes do que nunca, enquanto tentamos equilibrar a tecnologia e bem-estar, duas coisas que parecem estar se afastando cada vez mais uma da outra.
Nascidos em Tempos Líquidos: Relações que escorregam
Escrito por Zygmunt Bauman, junto com o jornalista italiano Thomas Leoncini, “Nascidos em Tempos Líquidos” oferece uma análise contundente e detalhada sobre como as relações humanas, que no passado se ancoravam em estruturas sólidas e rigorosas, evoluíram para um estado de fluidez, fragilidade e transformação constante naquilo que o autor chama de modernidade líquida.
Em 2025, essa liquidez não é apenas um conceito abstrato, mas uma experiência vívida que se manifesta de forma clara no cotidiano da era digital. Vemos isso nas amizades que se sustentam por trocas rápidas de mensagens em plataformas como WhatsApp ou Telegram, nos relacionamentos amorosos que nascem e se desfazem com a facilidade de um “match” ou “unmatch” em aplicativos de namoro, e até nas identidades pessoais que se adaptam e se reinventam ao ritmo acelerado das redes sociais, tudo mudando com a velocidade de um clique.
Bauman, aos 92 anos e Leoncini, então com 32, abordam características culturais e sociais atuais, como cirurgias plásticas, tatuagens, o movimento hipster, bullying, o impacto da web e as dinâmicas sexuais e amorosas na era das redes sociais. Esses temas são analisados sob a lente da modernidade líquida, conceito central na obra de Bauman, que descreve um mundo onde as estruturas sólidas, como instituições, relações e identidades, deram lugar a uma realidade volátil e efêmera.
Bauman argumenta que, nesse cenário, os vínculos humanos perderam sua consistência tradicional, tornando-se transitórios e voláteis como os fluxos de informação que inundam nossos dispositivos.
Em 2025, essa realidade se intensifica: a hiperconectividade amplifica a efemeridade das conexões, atualizando o tempo necessário para cultivar laços profundos por interações instantâneas e muitas vezes simultâneas. Essa liquidez, que Bauman disseca com precisão, reflete uma sociedade obcecada por flexibilidade e conveniência, mas que, ao mesmo tempo, enfrenta o custo emocional de uma existência marcada pela incerteza e pela superficialidade nos relacionamentos consigo mesma e com os outros.
A Fragilidade dos Vínculos
Bauman descreve a modernidade líquida como uma era onde nada é sólido. Em 2025, isso se reflete em aplicativos de namoro que transformam encontros em transações rápidas, ou em amizades que existem apenas enquanto há curtidas mútuas.
A hiperconectividade promete proximidade, mas entrega superficialidade. Para Bauman, o medo do compromisso e a busca pela liberdade individual corroem os laços duradouros.
Um Exemplo Cotidiano
Pense em quantas vezes você já praticou ghosting ou sofreu com ele em 2025. Essa prática, banalizada na era digital, é um sintoma de liquidez. Não há mais necessidade de explicação ou despedidas, basta desaparecer.
Bauman nos alerta que essa fluidez, embora cômoda, nos deixa mais sozinhos do que nunca.
O Preço da Liberdade
A obra também reflete sobre o paradoxo da liberdade irrestrita.
Em 2025, temos infinitas opções, de parceiros a carreiras, mas a incapacidade de escolher e se comprometer gera angústia. Bauman nos provoca: será que a liquidez será libertadora ou apenas um novo tipo de prisão?
Sociedade do Cansaço: O Exaustão do Eu
O filosofo sul-coreano, Byung-Chul Han, em sua obra “Sociedade do Cansaço”, apresenta uma crítica penetrante e minuciosamente elaborada à cultura obcecada por produtividade que caracteriza o ano de 2025, um tempo em que a busca por eficiência e desempenho parece ter atingido seu ápice.
Ele propõe uma visão inquietante: na era digital, o modelo tradicional de exploração, em que forças externas, como chefes ou sistemas opressivos, nos submetiam às demandas, deram lugar a uma forma mais insidiosa de pressão, na qual nos tornamos nossos próprios algozes.
Argumentamos que, nesse contexto, somos prisioneiros de um ciclo vicioso e interminável de autoexigência, onde a liberdade aparente de gerenciar nossas vidas se transforma em uma armadilha de expectativas inalcançáveis.
Em 2025, isso se reflete na rotina de milhões de pessoas que acordam cedo para responder e-mails, monitoram métricas de desempenho em aplicativos de trabalho, ajustam seus corpos nas academias para atender aos padrões estéticos e, à noite, ainda encontram tempo para atualizar redes sociais, tudo isso sob o pretexto de “aproveitar o dia ao máximo”.
O cansaço, nesse cenário, não é apenas físico, mas existencial: ele surge da incapacidade de pausa, de dizer “não” a nós mesmos, enquanto a hiperconectividade da era digital nos mantém presos a um estado de alerta constante. Han sugere que essa autovigilância implacável, alimentada por ferramentas tecnológicas e pela glorificação do “fazer mais”, nos conduz a um esgotamento profundo, redefinindo o que significa viver em um mundo onde o conforto e a tranquilidade se tornaram um luxo quase inalcançável.
Do Controle ao Autocontrole
Han contrasta a sociedade disciplinar de Foucault, baseada em proibições externas, com a nossa, onde o imperativo é “ser mais”.
Em 2025, isso se traduzirá em multitarefas constantes: ganhamos, malhamos, postamos e meditamos, tudo ao mesmo tempo agora. O resultado é uma exaustão profunda, mascarada de realização pessoal.
Burnout em Números
Dados recentes mostram que, em 2025, mais de 70% dos trabalhadores relataram sintomas de burnout. Han explicou isso como o colapso do “sujeito de desempenho”, que se cobra infinitamente sem pausas.
A hiperconectividade amplia essa pressão: estamos sempre disponíveis, sempre competitivos, 24 horas por dia, 7 dias por semana.
A Perda do Ócio
Han lamentou a morte do ócio contemplativo. Em 2025, até o descanso tem que produtivo, assistimos a séries para “desestressar”, mas continuamos conectados comentando nas redes sociais.
Ele sugere que só na inatividade genuína podemos recuperar a humanidade perdida na corrida digital.

2. A geração Ansiosa
3. Nascidos em tempos líquidos
Como Esses Livros Explicam 2025: Ansiedade, Liquidez e Cansaço na Era Digital
Essas três obras convergem em um diagnóstico poderoso do nosso tempo. “Geração Ansiosa” mostra como a tecnologia alimenta a ansiedade juvenil; “Nascidos em Tempos Líquidos” revelam a fragilidade das relações em um mundo fluido; e “Sociedade do Cansaço” destruiu o glamour de uma vida hiper produtiva.
Juntos, esses três livros, formam um mapa para entender 2025 e a era digital que estamos presenciando.
Interconexões entre as Ideias
A ansiedade de Haidt é agravada pela liquidez de Bauman: jovens que crescem sem vínculos sólidos enfrentam mais insegurança. O cansaço de Han, por sua vez, é um subproduto da pressão para atuar em um mundo líquido e ansioso.
Em 2025, essas características se entrelaçaram, impulsionadas pela era digital.
Um Ciclo Vicioso
Imagine um jovem em 2025: ele acorda ansioso com as notificações acumuladas, passa o dia tentando provar seu valor online e termina exausto, mas incapaz de desconectar.
Esse ciclo é o que esses livros capturam e o que precisamos romper para conseguir ter, pelo menos um pouco, de vida real nessa era digital.
O Que Podemos Fazer em 2025?
Diante desse cenário, os três autores sugerem em seus livros, reflexões práticas. Haidt pede menos telas e mais presença; Bauman, um resgate da profundidade nos vínculos; Han, o retorno ao ócio.
Em 2025, adotar essas ideias poderá ser o primeiro passo para um equilíbrio possível.
Pequenas Mudanças, Grandes Impactos
- Desconectar: Reserve uma hora por dia sem dispositivos.
- Conectar: Priorize encontros reais, mesmo que raros.
- Pausar: Permita-se não produzir por um momento.
Esses atos simples desafiam a lógica da era digital e nos reconectam ao essencial.
Por que ler esses livros em 2025?
Esses livros não são apenas diagnósticos, são convites à ação.
Em 2025, quando a hiperconectividade atingir novos picos, “Geração Ansiosa”, “Nascidos em Tempos Líquidos” e “Sociedade do Cansaço” nos lembram que ainda podemos escolher como viver. Eles nos dão ferramentas para questionar, resistir e, quem sabe, transformar.
Um Chamado à Reflexão
Se você sente o peso da ansiedade, a fragilidade das relações ou o cansaço implacável, esses livros são um ponto de partida. Eles não prometem curas, mas oferecem claramente e, em um mundo tão confuso quanto ao de 2025, isso já é muito.
2025 é o Momento de Olhar para Dentro
Em 2025, não estamos apenas navegando pelo auge da era digital, com suas promessas de inovação e conectividade sem precedentes, mas também enfrentaremos os contornos cada vez mais visíveis de uma crise humana que parece não ter fim à vista.
As telas que carregamos nos bolsos nos mantêm ligados ao mundo, mas também nos distanciam de nós mesmos e dos outros, criando um terreno fértil para desafios profundos que três livros essenciais – “Geração Ansiosa” , de Jonathan Haidt, “Nascidos em Tempos Líquidos” , de Zygmunt Bauman, e “Sociedade do Cansaço” , de Byung-Chul Han – ajudam a iluminar.
Esses livros revelam que ansiedade, liquidez e cansaço não são apenas sintomas isolados ou específicos transitórios de nosso tempo; eles formam uma teia interconectada que reflete a tensão de viver em um mundo hiper conectado.
A preocupação, que Haidt associa ao excesso de tecnologia na juventude, alimenta-se da liquidez descrita por Bauman, onde relações frágeis e instáveis geram insegurança; ambas, por sua vez, culminam no cansaço exaustivo que Han diagnostica como o preço da autoexigência desenfreada.
Juntos, esses livros oferecem mais do que um exercício intelectual ou uma leitura acadêmica, eles são um convite urgente para decifrar as forças que moldam nossa existência em 2025. Ao mergulhar nessas páginas, encontramos não apenas uma análise do presente, mas também pistas sutis sobre como romper esse ciclo e vislumbrar um caminho que nos leva além das armadilhas da era digital.
Então, por que não começaremos hoje?
Pegar esses livros pode ser o primeiro passo para entender onde estamos e, quem sabe, imaginar um futuro em que possamos viver com mais equilíbrio, presença e humanidade.
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“A Geração Ansiosa” – Autor Jonathan Haidt – Editora Companhia das Letras
“Nascidos em tempos líquidos” – Autor Zygmunt Bauman – Editora Zahar
“A sociedade do cansaço” – Autor Byung-Chul Han – Editora Vozes